Içami Tiba morreu aos 74 anos neste Domingo dia 02. Li a maioria de seus livros pois me ajudavam e muito nos trabalhos que eu fazia com crianças nas Escolas. Sempre gostei deste texto, eu lia para os pais nas reuniões. O texto trata do excesso de amor por parte dos pais e suas consequências.
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Do livro de Içami Tiba " Anjos Caídos",.
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Chega a hora de ir para a escola. Observe a entrada. E legal ser filho pequeno. Pode ir brincando, pulando passeando pelo caminho, enquanto o peso sobra para a mãe.
Mochilas na costas, ela caminha com orgulho, como se quisesse dizer: "Vejam todos, o meu filho está indo para a escola".
Por que a criança não aquenta carregar a mochila?
Porque os pais deram-lhe poder de decidir a mochila a ser compra, sem que ela tivesse capacidade de avaliar qual seria a melhor para as suas necessidades. Chegam ao supermercado e dizem :" Filha, escolha. Qual a mochila que você quer?" Feliz da vida ela escolha uma com sete departamentos, quando bastam dois.
Como podem pagar, os pais não limitam sua vontade.
Ela pega o que quer e eles pagam com gosto. E quem é que vai para a escola com a mochila vazia?Ela e carregada de badulaques, e o peso fica além da capacidade da criança.
Assim o filho aprende a ter poder final de decisão, sobre o que quer ou deixa de querer, sem que sejam levadas em conta suas responsabilidades.
O primeiro erro de amor dos pais foi não orientara criança para escolher a mochila mais adequada. O melhor seria delimitar opções: " Filho, as mochilas que servem pra você estão nestas prateleira'. Mesmo que o filho queira outra mochila, maior ou menor que a adequada, os pais tem de manter a posição.Por isso é muito importante pensar antes de delimitar alguma escolha, para não ter de ficar reconsiderando a cada argumento inventado pelo filho.
Como geralmente não é isso o que acontece, a criança sai do supermercado com uma mochila maior que ela.
Quando vai para a escola, curte a vida, e a responsabilidade dessa curtição está nas costas da mãe. Ela é quem carrega a mochila. A criança aprende que a ela basta curtir ; a responsabilidade cabe aos pais.
Ao se aproximarem do portão, o filho foge para dentro da escola. A mãe fica coma mochila nas mãos e os lábios prontos, esperando o beijo de despedida. A criança foge, porque não sente gratidão nem reconhece a ajuda recebida. A final a mãe sempre carregou a mochila.