Em uma confeitaria da capital paulista, pobre homem tentando furtar dois pães é preso por um guarda e um balconista. Presente à cena, um advogado espírita condói-se da infeliz criatura, livrando-a das pessoas que a seguram.
Conversando com seu protegido o advogado toma conhecimento de que este está doente, desempregado e mora em uma choupana com mulher e seis filhos.
Arranja-lhe, então, dinheiro e emprego.
Precisando ausentar-se de São Paulo, recomenda-o a diversos amigos e esquece o caso.
Decorridos seis meses, necessitando viajar ao Rio de Janeiro, sente-se abraçado em um aeroporto de uma cidade brasileira pelo antigo protegido, humildemente trajado, mas limpo e alegre pela cura obtida.
Um diálogo inicia-se entre os dois, envolto o advogado pela pressa de pegar o avião que está prestes a decolar. É impedido pelo amigo, em meio a continuadas expressões de gratidão.
Desvencilhando-se por fim, corre para pegar a aeronave, mas já é tarde. Aborrecido, volta para ouvir agora com mais atenção seu amigo, porém não logra encontrá-lo.
Mais tarde, ao chegar a casa, toma conhecimento de que o avião em que viajaria caíra de grande altura sem deixar sobreviventes!
Resolve então visitar a choupana de Noel (nome dado pelo autor ao protegido do advogado). Deseja abraçá-lo e comentar o infausto acontecimento.
Neste ponto, deixemos a palavra com Hilário Silva:
"Mas, no lar modesto de Vila Maria [nome suposto também dado pelo autor], veio a saber que Souza [Noel] desencarnara dois meses antes."
A materialização do protegido do advogado, fazendo este perder o avião, era a "resposta" do Além para, livrando-o do acidente, recompensá-lo pela bondade dispensada a uma infeliz criatura que furtara dois pães...