sábado, 2 de novembro de 2013

QUAL A ORIGEM DOS 7 PECADOS CAPITAIS?


Embora o conceito dos pecados capitais tenha se originado ainda nos primórdios do Cristianismo, eles só foram compilados e enumerados bem mais tarde, no século 6. Na época, tomando por base as epístolas de São Paulo, o papa Gregório Magno definiu como sendo sete os principais vícios de conduta: gula, luxúria, avareza, ira, soberba, preguiça e inveja. "Era comum fazer listas de pecados na Idade Média. Essas anotações cristãs facilitavam a memória e o ensino da catequese", afirma o padre Roberto Paz, da Arquidiocese de Porto Alegre.

O rol dos sete pecados, porém, só foi incorporado à doutrina da Igreja no século 13, com o teólogo São Tomás de Aquino, que explicou detalhadamente cada um deles, mostrando a razão de serem capitais. "O termo deriva do latim 'caput', que significa cabeça, líder ou chefe", diz o historiador Luiz Jean Lauand, tradutor no Brasil do livro sobre o ensino (de magistro) e os sete pecados capitais, do beato italiano. "Nessa acepção, seriam os comandantes dos outros vícios subordinados."

Ou seja, todo e qualquer mal de conduta é derivado dos sete pecados mortais, como também são chamados, por representar a "morte" da alma. Quando uma pessoa mente, por exemplo, pode estar sendo movida pela inveja; o ato de cobiçar a mulher do próximo seria provocado pela luxúria; e assim por diante. No entanto, entre as infrações capitais, uma delas é consideraada a raiz de todas as outras: a soberba. "No Gênesis, a serpente oferece o fruto da árvore proibida do conhecimento a Adão e Eva, e eles aceitam, querendo igualar-se a Deus. Esse foi o pecado oriiginal: a soberba", afirma o padre Roberto Paz. Nesse sentido, é como se, ao cometer qualquer infração, a pessoa anunciasse para si: "Deus está errado e eu estou certo".

Segundo os religiosos, ter consciência dos males da prática dos sete pecados e, claro, procura evitá-los é o caminho para garantir a "vida" da alma. "Toda pessoa que deixa de cometê-los se sente mais plena e feliz. Mesmo aqueles que não crêem em Deus evoluem. Quem acredita, por sua vez, experimenta mais de perto a misericórdia divina", diz o padre carioca José Roberto Develar, doutor em arte sacra pela Universidade Gregoriana de Roma.

Em termos psicológicos, desde sua formulação, o conceito dos pecados capitais é considerado um instrumento para o fiel conhecer a "estrutura do mal" e defender-se contra ele. "Historicamente, as religiões funcionaram como uma forma externa de controle e moderação dos apetites humanos. Com o tempo, o homem internalizou esse aspecto moderador, trocando a culpa - que era atribuída a um ente externo - pela responsabilidade individual por seus atos", afirma Marcos Fleury, membro da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica (SBPA). Isso, é claro, não exclui a proteção divina. Caso não consiga se eximir de cometer alguma das infrações, o fiel ainda pode contar com o indulto do Criador. "O perdão é alcançado por meio da confissão e do arrependimento sincero a Deus", diz o padre José Roberto.

1 - GULA
A busca incessante aos prazeres da comida e da bebida gera o embrutecimento do homem, de acordo com a teologia moral.

2 - AVAREZA
É o desejo exagerado pelos bens materiais, o que hoje se manifesta principalmente em relação ao dinheiro. Gera a injustiça e a fraude, entre outros males.
3 - INVEJA
Incorremos nesse vício quando desejamos os bens que outros possuem, o que causa tristeza, rancor e ressentimento.

4 - IRA
A ira é a força que permite atacar um mal adverso. "A força da ira é a autêntica força de defesa e de resistência da alma", dizia São Tomás de Aquino. O mal advém de seu uso descontrolado, o que gera ódio e assassinato.

5 - PREGUIÇA
A imagem de uma pessoa dormindo em plena igreja representa a recusa em aceitar-se o esforço necessário para a união com Deus. Tal atitude, fruto da falta de amor ao bem, resulta em danos diversos, como perda de tempo o desinteresse pela vida.

6 - LUXÚRIA
Trata-se da entrega mundana, descontrolada e irracional aos prazeres corporais. Representa uma oposição direta ao cultivo dos valores do espírito, que se fundamentamna crença de que o verdadeiro prazer se encontra na conquista da graça e do perdão divinos.

7 - SOBERBA
Considerada a fonte de todos os pecados. Segundo a Igreja, todo erro de conduta pressupõe uma afirmação do ego em oposição ao Criador, como se o homem, com tal postura, afirmasse para si e para o mundo que seria o receptáculo da verdade, e não Deus.
O CAMINHO DAS VIRTUDES

Em contraponto aos vícios capitais, a Igreja formulou o conceito das sete virtudes fundamentais, cada uma delas servindo de antídoto específico a algum dos pecados. Elas regulama conduta do fiel e conduzem o cristão a Deus. "A palavra virtude vem do latim virtu, que significa força. Em conjunto, elas fortificam a pessoa ao longo da vida, diz padre Roberto Paz.

1 - HUMILDADE (versus soberba)
Jesus Cristo pregou a humildade quando lavou os pés dos apóstolos, antes da última ceia.
2 - DISCIPLINA (preguiça)
Manter-se fiel aos princípios divinos mesmo em meio às atribulações da vida.
3 - CARIDADE (inveja)
A Igreja Católica coloca a caridade como sinônimo do amor ao próximo.
4 - CASTIDADE (luxúria)
Auto domínio, controle das paixões e da sensualidade exacerbada.
5 - PACIÊNCIA (ira)
Harmonia interior para não perder a calma diante das adversidades.
6 - GENEROSIDADE (avareza)
O valor de uma pessoa cultivar a capacidade de compartilhar com o próximo.
7 - TEMPERANÇA (GULA)
A postura equilibrada diante dos prazeres, controlando o apetite por comida e bebida.

Eduardo Villela - Revista das Religiões

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