terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Uniões infelizes para o bem dos filhos

Os filhos do divórcio

A terapeuta americana afirma que a separação dos pais faz muito mal às crianças e deixa uma marca que elas carregarão pelo resto da vida


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Anna Paula Buchalla

Durante 25 anos, a terapeuta americana Judith S. Wallerstein ouviu os relatos das experiências de 131 filhos de pais separados. A maioria dos casos foi acompanhada da infância à idade adulta. Judith comparou as trajetórias de seus entrevistados com as de integrantes de famílias intactas e chegou à conclusão de que, ao contrário do que pregam os arautos da "nova família", o divórcio faz mal, sim, a crianças e jovens. Ser filho de um casal que se separou, segundo ela, é um problema que nunca cessa de existir. O resultado de seu trabalho está no livro The Unexpected Legacy of Divorce (A Inesperada Herança do Divórcio), em co-autoria com Julia M. Lewis e Sandra Blakeslee. Foram mais de 75.000 cópias vendidas desde o lançamento, em setembro. Envolta em polêmica, a obra ganhou destaque na imprensa americana e chegou a ser capa da revista Time. Aos 78 anos, casada há cinqüenta, três filhos e cinco netos, Judith Wallerstein é conferencista emérita da Universidade da Califórnia e uma crítica dura do que chama de "cultura do divórcio". "Casais que vivem uma situação conjugal morna deveriam considerar seriamente a possibilidade de continuar juntos pelo bem de seus filhos", diz ela, sem medo de chocar. Da cidade de Belvedere, nos arredores de San Francisco, onde mora, Judith Wallerstein deu a seguinte entrevista a VEJA.

Mas como um casal pode permanecer unido sem amor?

Judith – O amor, ora, o amor... De que amor estamos falando? O meu estudo mostra que muitas famílias que permanecem unidas não são abençoadas por Cupido, mas pelo bom senso. Acredito que a maioria das separações poderia ser evitada, não fosse a "cultura do divórcio". Há casamentos em que o amor acabou, mas que não são tão caóticos ou explosivos a ponto de a convivência ser intolerável. Milhões e milhões de pessoas se encontram nessa situação. Não amam, porém não odeiam seu companheiro. Essa é a diferença. Não raro, a separação traz mais angústia ao homem e à mulher do que um casamento morno. Vários homens e mulheres que compartilham uniões infelizes ficariam surpresos ao saber que seus filhos estão relativamente contentes. Enfatizo: um dos pontos mais interessantes do meu trabalho foi descobrir que, para as crianças, pouco importa se papai e mamãe dormem na mesma cama. O que conta é que se mantenham juntos. Por isso, acho sinceramente que casais que vivem uma situação conjugal tépida, sem amor, deveriam considerar seriamente a possibilidade de continuar juntos pelo bem de seus filhos.


Veja – Casamentos infelizes não prejudicam mais as crianças?


Judith – Depende de quão infeliz é o casamento. Muitos casais optam por ficar juntos para criar melhor seus filhos. E não há mal nenhum nisso. Eles têm os mesmos problemas de infelicidade conjugal dos que resolvem se divorciar. Só que são capazes de superar esses obstáculos. A recompensa é que seus filhos crescem de forma infinitamente melhor e se tornam adultos mais seguros, mais preparados para enfrentar as vicissitudes da vida.



LEI MAIS EM: http://veja.abril.com.br/131200/entrevista.html

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