Ano de 1979- Ele era um menino de 14 anos e trabalhava em um banco, sua missão entre outras era ir na casa de clientes devolver cheques sem fundos aos que lá faziam depósitos para que eles mesmos fizessem a devida cobrança.
Na época, o tal cliente que já tinha tinha históricos de mortes em seu curriculum estava com uns 30 e poucos anos, não entendendo que era o trabalho do garoto, expulsou-o de sua casa dando-lhe alguns chutes, ridicularizando o menino causando-lhe um dano que jamais seria esquecido.
Ano de 2013 no centro da cidade em uma farmácia ambos se encontram. Aquele menino hoje esta com 51 anos e seu algoz com 80. Ainda com as lembranças das agressões, o então menino se aproxima do senescente e por minutos lhe refresca a memória, contando-lhe detalhes por detalhes do acontecido, trazendo lembranças esquecidas pelo agressor que após ouvi-lo, desculpou-se pedindo perdão, não bastando as escusas, de inopino saca uma bíblia que trazia consigo e passa a recitar capítulos e versículos pedindo perdão pelas ofensas, tudo em nome de Deus.
A vítima ainda tormentada pelo desprezo lá de tempos idos, nada responde apenas fica quieta, calada apenas observa, observa que hoje a maldade daquele homem não lhe afeta mais, que seus gestos não correspondem, pois seu corpo esta velho debilitado e cansado, mas algo lhe chamou a atenção, pois no fundos dos olhos daquele sujeito, ainda persiste a mesma maldade o mesmo dom para as crueldades que praticava na mocidade, só não retomando-os porque hoje, esta vencido pela idade.
A vítima ainda tormentada pelo desprezo lá de tempos idos, nada responde apenas fica quieta, calada apenas observa, observa que hoje a maldade daquele homem não lhe afeta mais, que seus gestos não correspondem, pois seu corpo esta velho debilitado e cansado, mas algo lhe chamou a atenção, pois no fundos dos olhos daquele sujeito, ainda persiste a mesma maldade o mesmo dom para as crueldades que praticava na mocidade, só não retomando-os porque hoje, esta vencido pela idade.
Um não respondeu quanto ao pedido de perdão, bem como o outro não o recebeu. Um se sentirá aliviado pelo desabafo, enquanto para o outro permanecerá o peso de pedir e não ser perdoado. Creio eu que o primeiro tem mais a perder, poderia ali mesmo exercitar a benevolência, tirando de vez a mágoa que lhe atormentara por mais de 30 anos.