sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Bolsonaro Deputado Medíocre



Deputado Medíocre: a relação com o Legislativo.

Para um presidente governar, é imprescindível contar com o apoio do Poder Legislativo, ou seja, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Não ter conseguido fazer isso bem foi um dos grandes erros de Dilma em seu segundo mandato. Depois de várias decisões erradas politicamente, como não apoiar Eduardo Cunha para presidente da Câmara e ter o desarticulado Aloizio Mercadante como articulador político por muito tempo, ela perdeu o apoio do Congresso e acabou destituída.
Bolsonaro já começaria com dificuldades, porque disputará a eleição por um partido-nanico e que, portanto, dificilmente obterá um número de assentos próximo à maioria parlamentar – mesmo caso o atual deputado federal pelo Rio de Janeiro conseguisse se tornar Presidente. Mas pelo menos ele trabalha na Câmara há 26 anos, e por isso é de esperar experiência de sobra no trato com o Legislativo, certo? Errado.


Os deputados Jair Bolsonaro e Maria do Rosário, em bate-boca que gerou até punição a ele. (Foto: Reprodução).

Mesmo estando há duas décadas no cargo de legislador, apenas dois de seus projetos foram aprovados no Congresso Nacional, de um total de 171 propostas diferentes apresentadas. A primeira emenda de autoria do deputado a ser aprovada, por exemplo – um feito que só conseguiu em 2015 – determina a impressão de votos das urnas eletrônicas, proposta esta que fica até sob o risco de cair em inconstitucionalidade, por ir contra a cláusula pétrea que abrange o tema do voto secreto.
Além disso, nas comissões que faz parte no congresso, não tem sido relator de Projetos de Lei. Ou seja, fica longe dos holofotes, do protagonismo. Do papel de liderança que se espera de um Chefe de Executivo no futuro.
E mesmo enquanto deputado, este ano Bolsonaro decidiu percorrer o Brasil para fazer campanha – antes da hora, ilegalmente – para a presidência da República. Tudo isso custeado com os cofres públicos. Em outubro, foram 5 mil gastos em despesas aéreas; em setembro, foram quase 14 mil reais; em agosto, cerca de 11 mil. Já deu para entender o procedimento de Bolsonaro em relação a usar o dinheiro dos contribuintes para a sua própria promoção. Imagina só na presidência? E isso nos leva ao terceiro ponto. Eleitor do Bolsonaro, lhe peço antecipadamente que não pare de ler ainda. Você deve ler até o final!

3) É tão corrupto quanto alguns que acusa de serem corruptos.

Conforme Bolsonaro cresce em termos de popularidade, mais o seu nome fica em destaque. E, assim, acabam chegando as acusações de desvio ético contra ele, que atua há 26 anos como deputado federal.
Não se assuste tanto, eleitor do Bolsonaro. Nem digo que ele seja necessariamente corrupto; apenas que ele faz exatamente o que os outros, que ele acusa de serem corruptos, fazem.
Por exemplo, receber dinheiro da JBS, a gigante do ramo das carnes liderada por Joesley Batista, em 2014. Ele recebeu 200 mil reais. No entanto na tentativa de esconder que teria recebido recursos da empresa, apoiada pelo BNDES em programas que sempre criticou, Bolsonaro repassou o valor ao seu partido na época, o Partido Progressista (PP). Só para que, de imediato, o PP lhe passasse a mesma quantia de 200 mil reais. Ou seja: a sua campanha foi sim financiada pela corporação de Joesley.
Além disso, Bolsonaro atua no limite da ética e de forma pouco meritocrática: ele e seus filhos empregaram, nos últimos 20 anos, uma ex-mulher do parlamentar e parentes dela também. Não só isso: a sua atual esposa também recebeu emprego sustentado por dinheiro público, antes da prática se tornar ilegal através de uma súmula do Supremo em 2008.
O próprio tema das viagens que Bolsonaro fez como deputado pedindo reembolso dos cofres públicos pode entrar neste ponto 3. Mesmo com as regras de uso da Câmara dizendo, acerca das despesas parlamentares, que “não serão permitidos gastos de caráter eleitoral”, são muitas as viagens de Bolsonaro pelo Brasil com este fim que o contribuinte teve de pagar. Para não mencionar os mesmos períodos mensais de antes, falemos do início do ano: foram 22 mil reais em viagens aéreas nos primeiros cinco meses do ano.
Atualização:
A Folha de São Paulo deu indícios de outros possíveis desvios éticos do agora filiado ao PSL para concorrer à presidência, publicados no dia 7 e 8 de janeiro. O deputado e seus três filhos que exercem mandato, como mostra a reportagem possuem 13 imóveis diferentes com preço de mercado de pelo menos R$ 15 milhões — a grande maioria em pontos altamente valorizados do Rio de Janeiro, como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca.
Além disso, dentre os bens de Bolsonaro — como consta na Justiça Eleitoral — incluem ainda carros que vão de R$ 45 mil a R$ 105 mil, um jet-ski e aplicações financeiras, em um total de R$ 1,7 milhão. Isso não seria um problema normalmente. Contudo, quando ingressou na política, em 1988, o hoje presidenciável declarava ter apenas um Fiat Panorama, uma moto e dois lotes de pequeno valor em Resende — valendo pouco mais de 10 mil em dinheiro atual. Desde então, a única profissão do capitão reformado é de político — já são sete mandatos como deputado federal.
Os três filhos de Jair — Carlos, Eduardo e Flávio — também apresentaram um crescimento de patrimônio acelerado. Sendo que todos eles se dedicam exclusivamente à atividade política. A única exceção é Flávio, que recentemente tem uma sociedade em uma loja de chocolates. A evolução patrimonial se deu principalmente nos últimos dez anos: até 2008, a família declarava à Justiça Eleitoral bens em torno de R$ 1 milhão, o que incluía apenas 3 dos atuais 13 imóveis.
Dois desses imóveis, que pertencem a Jair, ficam na avenida Lúcio Costa, em frente à praia da Barra da Tijuca. Segundo documentos oficiais, ele adquiriu uma por R$ 400 mil em 2009 e outra por R$ 500 mil em 2012. Hoje, o preço de ambos os imóveis juntos, de acordo com a Folha, é de 5 milhões de reais. Ou seja, é como se os apartamentos tivessem valorizado pelo menos 450%. O jornal de São Paulo consultou a Secovi-RJ (sindicato das empresas do ramo imobiliário) que embora aponte para uma valorização no local, considera uma alta de 63% de 2011 até agora. Muito aquém dos 450%. Isso é um forte indício de que as residências possam ter servido para a lavagem de dinheiro.
Já Flávio “entrou na política com um Gol 1.0, em 2002. Quinze anos depois, tem dois apartamentos e uma sala que, segundo a prefeitura, valem R$ 4 milhões. Ele realizou operações envolvendo 19 imóveis na zona sul do Rio de Janeiro e Barra”, relata a Folha em outra matéria. A maior parte são 12 salas de um prédio comercial chamado Barra Prime. No entanto, de maneira estranha, todas foram vendidas para a MCA Participações, empresa que tem entre os sócios uma firma do Panamá, país conhecido por ter corporações que facilitam a criação de offshores, por exemplo — como a Mossack Fonseca mostrou. A MCA Participações adquiriu as salas de Flávio em novembro de 2010, apenas 45 dias depois de o deputado ter comprado 7 das 12 salas.
Ainda há outras operações esquisitas, como a compra de dois imóveis na mesma data — ambos vendidos com prejuízo para os antigos proprietários — para pouco depois os vender e lucrar mais de 800 mil reais, com valorização muito longe da realidade do mercado de 260% em um ano.
Para completar, uma nova reportagem, também da Folha, mostra que tanto Jair Bolsonaro quanto o seu filho, Eduardo — que também é deputado federal — recebem o valor referente ao auxílio-moradia mesmo sem utilizarem o apartamento funcional que a Câmara cede aos seus parlamentares. Já se foi feito muito escândalo com casos similares: seis meses depois que Marta Suplicy assumiu mandato em Brasília — à época ainda casada com Eduardo Suplicy — foi revelado que ela recebia o dinheiro do auxílio mesmo morando com o marido em seu apartamento funcional. Diante da histeria, ela pedir para parar de receber o dinheiro.

Assim, caro apoiador do Bolsonaro: será mesmo que é ele a melhor opção para ocupar o cargo de Presidente da República? Ele é alguém que não vê problemas em gastar o seu dinheiro com viagens aéreas para fazer campanha eleitoral; que mente sobre ter recebido dinheiro da JBS; que não é um verdadeiro patriota; e que tem uma opinião mais volátil que o preço da Bitcoin.
Eu discordo de todos os posicionamentos ideológicos de Bolsonaro, e vejo como totalmente absurdo ele defender a ditadura, a tortura e o fato de ele enunciar palavras de cunho racista e homofóbico. E adoraria poder discutir acerca de tudo isso com você, para ver se consigo te convencer a mudar de ideia quanto ao apoio conferido a essas medidas.
Apesar disso, me esforçando, consigo compreender que podes concordar com o nosso deputado federal nestas opiniões. A questão é se, mesmo concordando com ele, vale a pena apoiá-lo diante de tudo isso que escrevi. Afinal, será mesmo que Bolsonaro defende aquilo que você gosta de ouvir ele defender? Porque ele já mostrou mudar bastante de visão sobre as coisas.
Então, amigo, quer uma dica? Já pare de fazer campanha por ele agora. E compartilhe este texto com mais um amigo que apoia Bolsonaro.
Fonte: https://medium.com

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