quarta-feira, 5 de abril de 2023

Irga mostra que Outono ainda será de irreguaridade das chuvas sobre o Rio Grande do Sul

 

Anomalia de Previsão Trimestral


Segundo a NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos) o La Niña, que influenciou o clima nos últimos três verões e é um dos principais fatores responsáveis pela seca no Rio Grande do Sul, chegou ao fim em meados de março. O resfriamento, que caracterizava a presença deste fenômeno no Oceano Pacífico Equatorial, diminuiu rapidamente e os índices que medem os desvios de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) então em patamares neutros sobre a maior parte do Oceano, porém as áreas mais ao leste do Oceano vem apresentando um rápido aquecimento. 

O último valor semanal do índice Niño-3.4, que é o mais importante e analisado para classificações dos fenômenos climáticos, foi nulo. Nas áreas mais ao leste do Oceano os índices que medem as anomalias da TSM já estão mais aquecidos do que o normal, com o último valor do índice Niño-1+2, que é medido na região mais próxima a costa da América do Sul, de +1,9°C. 

As previsões de diversos centros internacionais indicam que a neutralidade climática vai predominar durante o outono de 2023 e início do inverno. As projeções mais estendidas indicam um aumento da probabilidade para a instalações de um El Niño no segundo semestre de 2023. Segundo a previsão consenso entre os institutos norte Americanos IRI (Instituto de Pesquisas Internacionais da Universidade da Columbia) e CPC/NOAA (Centro de Previsões e Clima da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) há probabilidade de 56% para a instalação do El Niño a partir do trimestre Julho-Agosto-Setembro e acima de 60% para os meses de primavera. 

A previsão consenso, que é analisada pelos especialistas de clima, é mais cautelosa quanto a instalação do fenômeno em relação as previsões puras dos modelos climáticos, pois as previsões para esses tipos de fenômenos feitas durante o outono são menos precisas e também a atmosfera tropical do Pacífico ainda responde as condições frias do La Niña. No entanto, é possível que o forte aquecimento perto da América do Sul possa induzir uma evolução mais rápida em direção ao El Niño.

Temperatura - Previsão Geral

O próximo trimestre será marcado por anomalias positivas de temperatura sobre a maior parte da região Sul, mas como é normal da época do ano o calor das tardes vai reduzir e as madrugadas começam a ser um pouco mais frias. Além disso, no decorrer do mês de maio são esperados ondas de frio um pouco mais intensas, especialmente na segunda quinzena do mês não se descartam temperaturas baixas com potencial para ocorrência de geadas entre interior do Rio Grande do Sul e áreas mais ao sul do Paraná e no mês de junho se espera uma acentuação do frio sobre a região sul. Porém, os eventos de frio não devem ser duradouros e por isso que, na média, são esperados maiores períodos quentes e as temperaturas tendem a ficar acima do normal.

Precipitação - Previsão Geral


Com o término da La Niña e a tendência de aquecimento do Oceano Pacífico Equatorial, a expectativa é que gradualmente os episódios de chuva aumentem sobre o Rio Grande do Sul. A previsão é que os volumes de precipitação sejam maiores ao longo do próximo trimestre, em relação ao verão, mas ainda assim os eventos de chuva vão continuar ocorrendo de forma mal distribuída e de forma espaçada sobre o Rio Grande do Sul entre abril e maio, por isso de uma forma geral ainda haverá um ligeiro desvio negativo de precipitação nestes dois meses sobre o Estado, especialmente nas áreas da metade sul. Santa Catarina e o sudoeste do Paraná também devem registrar condições entre a média e ligeiramente abaixo da média, enquanto o restante do Paraná, que costuma ter uma climatologia de precipitação no outono mais baixa, deve registrar chuvas entre a média ou ligeiramente acima da média. A partir de junho a umidade tende a aumentar sobre a região Sul e aos pouco as chuvas devem se tornar mais frequentes e volumosas. Para grande parte da região se esperam volumes entre a média e acima da média. Áreas entre o norte do Rio Grande do Sul e o sul Paranaense tendem a registrar anomalias positivas mais acentuadas.

BOLETIM MENSAL
Anomalia da Precipitação Trimestral

Fonte: Instituto Rio-grandense do Arroz- IRGA   
https://irga.rs.gov.br/

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