- Por que os bons propósitos não encontram resposta, considerando-se que os planos infelizes são coroados de êxito? - interrogam os indivíduos com desencanto.
- Por que todos se voltam contra os idealistas da verdade e aplaudem os mentirosos, embora pareça o contrário? - perguntam aqueles que reflexionam sob desesperos injustificáveis.
- Por que a colheita do bem são os espinhos e as ingratidões? - inquirem os corações ensombrados pela revolta.
- Por que a solidão dos bons e a popularidade dos criminosos, dos astutos e malversadores? - surpreendem-se quantos experimentam incompreensões.
Nenhuma injustiça, porém, nos quadros apresentados.
O enfoque das questões encontra-se malfeito.
A observação em tela é imperfeita.
Senão, vejamos: aquele que se apresenta como bom cidadão hoje e defronta dificuldade, é apenas aprendiz da vida, que vem da ignorância para o conhecimento, do erro para o acerto.
" - Bom somente é o Pai" - respondeu Jesus ao moço rico, na lição evangélica.
O homem mau, ignorante e ingrato, que frui enganoso triunfo, não se encontra em paz com a consciência. E mesmo tendo-a anestesiada, despertará.
A vida não tem pressa.
Ao dia sucede a noite, e a esta, um novo dia.
O Sol brilha sobre bons e maus com a mesma intensidade; assim, o amor de Nosso Pai.
Se o sucesso não te coroa os tentames do bem-fazer, persevera e atua melhor.
Se a dificuldade te surpreende os passos, insiste e contorna o obstáculo.
Se o problema te desafia, estuda-o e permanece equacionando-o.
Nada há impossível para quem ama, crê e espera, estudando e servindo sem cansaço.
Se recebes gratificação de qualquer natureza pelo que realizas, não és obreiro do Senhor, porém negociante de emoções e interesses.
Se te queixas, enquanto atuas, encontraste desinformado da ação do bem.
Porque o bem é proposta nova e inabitual no mundo, ainda provoca surpresa, desconfiança, desencorajamento.
Sê aquele que o torne natural e comum, demonstrando aos outros, àqueles que não crêem na tua ação, a excelência dos resultados que ele já propicia em ti.
Alarga os espaços da bondade, e chegará o momento em que o joio da maldade será arrancado e a gleba humana se enriquecerá com o trigo generoso propiciador do pão de vida.
Não te preocupes com os equivocados, os insensatos, os maus... Eles viverão e retornarão aos caminhos ora percorridos por ti.
Ninguém escapa.
Ama-os, ao invés de desejar-lhes sofrimentos, assim tornando a tua bondade sábia e compreensiva, em lugar de ser adorno para reconhecimento público.
Recorda-te, em qualquer situação, de Jesus, que até agora permanece confiante e sem queixas, esperando por nós.
(Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco)
Livro: Momentos de Alegria