quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O QUE É A SÍNDROME DE JERUSALÉM?

O QUE É A SÍNDROME DE JERUSALÉM?
Se visitar Jerusalém para muitos significa um profundo mergulho na história do Oriente Médio e no berço sagrado das três grandes religiões monoteístas - judaica, islâmica e cristã -, para alguns poucos, afetados pela Síndrome de Jerusalém, a experiência pode transformar-se em um pesadelo de alguns dias. Com casos registrados desde a Idade Média, a Síndrome de Jerusalém é uma psicose que acomete turistas que, como se "intoxicados" pelo conteúdo sagrado do local, crêem ser a personificação do Messias, de algum outro personagem bíblico ou simplesmente saem pregando a "mensagem divina" pelas ruas.

"No caso dos que já tinham histórico de doenças mentais, é apenas mais uma manifestação da enfermidade. Quanto aos mentalmente saudáveis, embora as causas ainda não estejam esclarecidas, alguns fatores, como o fanatismo religioso, podem indicar uma explicação", afirma o psiquiatra israelense Yair Bar-El, que batizou a doença no início dos anos 80.

Todo ano cerca de 150 turistas são diagnosticados como portadores do mal. Segundo Bar-El, que conduziu uma pesquisa sobre a síndrome com 470 pacientes internados no hospital psiquiátrico de Kfar Shaul, em Jerusalém, de 1979 a 1993, existem três modalidades da doença. A primeira se relaciona a pessoas com histórico de problemas mentais, como um turista norte-americano que sofria de esquizofrenia e foi internado após tentar mover uma pedra do Muro das Lamentações - ele acreditava ser Sansão e não se conformava com a posição do muro que, segundo ele, estava no lugar errado.
Na segunda, enquadram-se os que possuem algum tipo de idéia religiosa fixa. O caso mais famoso foi o do escritor russo Nikolai Gogol, que, em 1848, passava por uma grave crise que não o deixava escrever e decidiu ir para Jerusalém, pois teria tido uma revelação divina dizendo que se curaria ao recitar determinadas preces nos cemitérios da cidade santa.

O terceiro e mais intrigante tipo da Síndrome de Jerusalém acontece com turistas que, mesmo sem nunca terem tido qualquer problema mental, de uma hora para outra saem espalhando a palavra dos céus pela cidade.

Alguns turistas, ao visitar a cidade sagrada, sofrem de uma psicose em que crêem ser Jesus.

"Inicialmente essas pessoas se isolam de conhecidos, caminhando a sós pelas ruas. O passo seguinte é uma necessidade doentia de se manterem limpos, o que os leva a uma obsessão por tomar banhos", afirma Bar- El, descrevendo os sintomas iniciais da moléstia. "O surro os leva a ter uma postura similar à de profetas, mas vai embora por si só. A pessoa nunca fala sobre o que experimentou e freqüentemente se envergonha do ocorrido", diz o psiquiatra israelense. "Parece ser um fenômeno único, que só ocorre em Jerusalém."

Para muitos especialistas, contudo, é preciso pesquisar melhor se a síndrome, também chamada de "mal do viajante", manifesta-se apenas em Jerusalém ou também pode ocorrer em outros lugares sagrados. "O tema ainda é pouco estudado, e é possível que haja psicoses semelhantes em outros centros de peregrinação, como Meca", diz o psiquiatra Hélio Elkis, da Universidade de São Paulo.

Porém, o professsor paulista, que já visitou Jerusalém, acredita que a cidade tem sua parte no aparecimento da doença. "É um lugar muito emocionante, que nos transporta para o passado de forma bastante intensa", diz Hélio.

Fonte: Thiago Velloso - Revista das Religiões

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